E versava as coisas do mundo, as coisas da vida. Esses sentidos que não tem porque ser ou estar. Sempre falar e nunca conseguir através das palavras se fazer entender. E ter que aturar toda a hipocrisia das pessoas que não queriam falar sobre os problemas. E aturar a hipocrisia maior de quem não tinha problemas.
E explicava a grande dádiva da vida, um jogo silábico meio sem cultura. Sem normas, sem padrões, sem simetria radial. Não era estrela do mar, era somente o que queria, e estava onde queria estar.
Às vezes a praia, o meio do mar, essas coisas mexem com a gente. Fim de tarde, ou começo de noite? Quem sabe explicar essa complexidade do tempo. A complexidade das questões subjetivas. Essas síndromes de perto ou longe. Amanhecer e não saber se é dia ou noite. viver às escuras do tempo às escuras da vida. Alguns dizem viver à margem, mas era mais viver no fundo do mar.
E tentava sem sucesso falar o que é verdade, esses conceitos de verdade que sempre podem mudar de alguma forma. Falar do que se sente. E olhar pra outro lugar. Os olhos de algumas pessoas são muito difíceis de encarar. E dizer como quem treinou dias na frente do espelho:
- tchau.
E ir embora sem olhar pra trás, mas com uma vontade maior de voltar.
E nunca fazer o que se quer, com medo de sofrer, e sofrer mais porque não fez o que quis. Segurar a primeira lagrima é sempre mais fácil que segurar a segunda. Porque depois da terceira você perde as contas.
E nunca chorar. Dizer o que fez mal com todas as piores palavras que houver. E correr com medo de não conseguir ir embora e quando for que vá de uma vez. Pois quem fica nunca pede de volta. Quem vai, na verdade quer ficar.
E agora...
Versava sobre as coisas do mundo, as coisas sem graça a vida sem sentido.
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