sexta-feira, 8 de julho de 2011

um homem e seus tanques de guerra


De repente um homem parado, sozinho e abandonado diante de uma fileira de tanques de guerra. Sozinho e sem prever o futuro. Talvez nunca tenha sonhado que chegaria neste ponto da vida, em que um passo e ele iria contra tudo o que pensou, lutou e defendeu.
Acho que sentiu medo, e tremeu por dentro, mas as grandes almas tremem por dentro e se mantêm nobres e duras por fora. Não saiu. Não se moveu. Não deu o passo decisivo. Eram segundos apenas e sua vida poderia ir, ou poderia ficar, tanto fazia se era loucura, heroísmo, ou do que você queira chamar. Ele não se moveu.
Mas acho que ele olhou para dentro de si, para o futuro que poderia não vir. E se morresse? Valeria a pena morrer só por um ideal? Antes ele diria que sim e naquele momento? Em que foi realmente posto à prova? Se alguém te pergunta, no conforto do seu quarto se daria sua vida por alguém, você sempre responde que sim. Mas e no perigo? Será que na hora H você daria mesmo sua vida?
Ele pensou que sim. Foi pra frente dos tanques e enfrentou o que estava por vir. Não que não sentisse medo da morte, mas estava enfrentando-a como ninguém nunca mais fez.
Uma única pessoa, contra a força potente e veloz das grandes máquinas de guerra. Uma única pessoa tentando mudar o mundo. E nós que achamos que não temos força. Que uma andorinha só não faz verão. Ele acreditou que fazia o verão e fez o verão e parou (sem a força dos músculos, sem a força das armas) com a força do espírito os seis tanques de guerra.
Não sei se realmente mudou pra melhor. Mas naquele momento, mudou.